história da paróquia de são josé em magalhães bastos
Com a construção da Vila Militar e de casas que deram origem ao bairro, habitadas em grande parte pelos trabalhadores das obras, iniciou-se um povoamento mais intenso do bairro de Magalhães Bastos. Tendo em vista que boa parte da população tinha que se deslocar até Realengo para participar das missas e atividades religiosas, por volta de 1920, o morador Sr. Manoel Guina que conhecia alguns comandantes militares que aqui começavam a se instalar, usou de sua influência e conseguiu a concessão de um terreno para a edificação da Igreja em honra à São José.
A doação do terreno foi feita em cartório à Mitra Metropolitana. Os moradores da redondeza começaram a arrecadar fundos através de quermesses, rifas e festas para a construção da Igreja. Inicialmente a capela São José pertencia a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Realengo e foi administrada por muito tempo pelo então Padre Miguel. Capelães militares e Padres da Congregação Palotinos eram responsáveis pelos ofícios religiosos nesses primeiros tempos.
Em 9 de abril de 1952 a Capela foi elevada a status de Paróquia, sendo seu primeiro pároco o Padre Ângelo Bizonini. Em meados de 1950, começou também a construção da Escola Paroquial que ficou pronta e foi inaugurada em 1958, e passou a ser administrada por freiras e atualmente é a Casa Paroquial e local cedido para as Assistências Sociais.
Foto da primeira Capela construída em meados de 1936
No final dos anos 50, a Igrejinha já era muito pequena para as atividades paroquiais e então iniciou-se a construção da nova Matriz. Nesta época o Vigário era o Padre Aldemar Ferrari e foi sobre sua administração que estas duas últimas construções tiveram início. Em 1960 a Paróquia estava sem Padres e por este motivo, Dom Jaime de Barros Câmara, que na época era o Bispo do Rio de Janeiro, entregou a Paróquia à Congregação dos Padres Oblatos de Maria Imaculada (OMI), e assim, Padre João Cribbin tornou-se Pároco da comunidade.
Junto com outros Padre Oblatos e também Padres do Vicariato Oeste, Pe. João iniciou nessa região uma nova maneira de ser Igreja, uma Igreja no meio do povo, com forte atuação leiga através dos Círculos bíblicos, de núcleos de catequese e grupos de oração.
Ao chegar na comunidade, Padre João percebeu que a Paróquia ficava num dos extremos territoriais do bairro, então, ele sentiu a necessidade de criar núcleos nas áreas mais distantes da Matriz, para atender ao povo. Em consequência dessa percepção, a Paróquia foi se expandindo entre morros e asfaltos, loteamentos e favelas e daí surgiram as Capelas Cristo Rei, Cristo Libertador, Nossa Senhora Mãe do povo, Santo Eugênio, Nossa Senhora do Brasil, Santa Clara, Nossa Senhora Estrela da Evangelização e Beato João Paulo II, Santo Antônio de Santanna Galvão e Nossa Senhora da Conceição Aparecida, todas elas dentro dos limites da Paróquia, e a Capela Bom Pastor no conjunto penitenciário Esmeraldino Bandeira, também construída com recursos paroquiais.
Durante os seus 44 anos de sacerdócio atuando nessa Comunidade Paroquial, Padre João nos deixou um legado de inúmeras atuações em diversos ramos. As marcas de sua missão foram os Círculos bíblicos e as Missões Populares realizadas no Vicariato.
Além disso, podíamos notar sua presença nas Pastorais, tais como: Pastoral da Família, Iniciação Cristã (Batismo, Catequese e Crisma), Pastorais Sociais (Penal, Habitacional, Obras Sociais), Vicentinos, MESC’s, Pastoral da Saúde, Pastoral da Juventude, Apostolado da Oração, Congregação Mariana, Pastoral da Liturgia e Pastoral do Dízimo.
Em 2005, a Paróquia abrigou o tradicional Colégio Pedro II, autarquia federal, para instalação de suas atividades no Centro Comunitário da Capelinha (dedicado ao povo Irlandês), na Capela Nossa Estrela da Evangelização, atendendo aos apelos da comunidade local. Em 2006, o tradicional Colégio Pedro II transferiu definitivamente suas atividades para o imóvel da União Federal denominado Fábrica de Cartuchos do Exército, em Realengo, Rio de Janeiro, RJ.
O Padre John Cribbin nasceu no dia 29 de outubro de 1936, em Shanagolden Co Limerick, na Irlanda. Filho de uma família de cinco irmãos sentiu-se chamado por Deus para dedicar-se totalmente ao seu serviço e ao serviço dos homens, ingressando no noviciado em 19 de setembro de 1954.
Padre João como era chamado, fez muito por sua Paróquia de por Magalhães Bastos
Fez seus estudos filosóficos na Universidade de Dublin de 1955 a 1958 e os teológicos em Riltown Co Kilkenny de 1958 a 1962. Foi ordenado Padre da Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada em 24 de setembro de 1961, na Capela do seminário em Piltown, pelo Bispo Patrick Cleary (Irlanda).
Chegou ao Brasil em 1962, iniciando seus trabalhos na Igreja de São Simão (GO), onde foi o 1º Vigário de 1963 a 1966.
Em setembro de 1966 foi transferido para a Paróquia São José, no Bairro de Magalhães Bastos – RJ, que na época por determinação do Revmº. Sr. Cardeal Dom Jayme de Barros Câmara, passou a ser dirigida pela Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada (OMI), sendo nomeado Vigário desta Paróquia.
Sob a sua direção, com o passar dos anos, do seu ardor missionário e sua doação pelos menos favorecidos à Paróquia foi expandindo seus braços por várias comunidades carentes do Bairro, entre morros, asfalto e favelas.
Surgiram então as Capelas Cristo Rei, Cristo Libertador, N. Srª. Mãe do Povo, Santo Eugênio, N. Srª Do Brasil, Santa Clara, N. Srª Estrela da Evangelização, Beato Frei Galvão, N. Srª Aparecida.
Abraçou com muita dedicação várias Pastorais: Pastoral das Favelas, Pastoral do Trabalhador, Pastoral Carcerária, Pastoral da Caridade Social entre outras.
É citado como referência no Vicaríato Oeste e em toda a Arquidiocese pela sua opção preferencial pelos Círculos Bíblicos (CEB’S), um novo jeito de ser Igreja.
Estando sempre ao lado do seu povo nas lutas pelas melhorias em diversas comunidades, participou de conquistas como: o Posto de Saúde Buá, Mutirões de Saneamento na Vila Brasil, Vila João Lopes e Formigueiro, entre outros.
Padre John Cribbin ajudou também na organização do povo em Associações de Moradores e deu total apoio aos moradores nas lutas pela implantação da Escola Técnica Federal em Realengo (atual Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ), na melhoria de Hospitais, Postos de Saúde, Maternidade e da Estação de Trem em Magalhães Bastos.
Mais conhecido como Padre João, esteve por mais de 40 anos a frente da Paróquia São José em Magalhães Bastos. Padre João foi bastante ativo na comunidade e lutou por várias causas, como a construção de unidades de saúde na área, legalização de posses de terras e campanhas beneficentes pela construção de casas. Em 2004, recebeu o título de Cidadão Carioca pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro em reconhecimento pela sua luta junto à Pastoral das Favelas e às comunidades carentes do Rio. Faleceu em 10 de setembro de 2011, com 75 anos, de câncer.
Sua trajetória de luta, fé e bondade é um exemplo para as futuras gerações e motivo de orgulho para quem teve a oportunidade de assisti-lo ativo no combate às mazelas que assolam a sociedade.
Em meados do segundo semestre de 2010, Padre João veio a adoecer. Voltou ao seu país de origem, Irlanda, para tratar de sua doença e receber o apoio de sua família. Com isso foi necessário a presença de um auxiliar para dar seguimento as atividades paroquiais até então realizadas. O nome sugerido foi Pe. Bernard Colgan, OMI (Oblatos de Maria Imaculada).
Padre Bernard continuou os trabalhos sociais deixados pelo Padre João, reforçou-nos a fé e a esperança da volta do nosso Pastor. Foi então que no dia 10 de Setembro de 2011, Padre João veio a falecer. Desde então Pe. Bernard continuou a missão até o retorno da Paróquia São José de Magalhães Bastos à Arquidiocese do Rio de Janeiro.
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