A História

A primeira Parada de Trem construída em 1914. Chamavam de Parada Militar 

Os personagens

1907

O inicio

Magalhães Bastos em seus 2.000 km² remonta a desapropriação da Fazenda Sapopemba em meados de 1907, no governo do Presidente da Republica Afonso Pena após a reorganização do Exército feita por Marechal Hermes da Fonseca, então Ministro da Guerra.

Sapopemba era localidade que pertencia a freguesia de Irajá, com população aproximada na época de 14.400 habitantes, segundo o recenseamento de 1890. A lavoura era tida como a mais importante do Distrito Federal. As terras da Fazenda de Sapopemba pertenciam ao Conde Sebastião do Pinho.

Magalhães Bastos tem origem do nome dada em homenagem ao Tenente Coronel Antônio Leite Magalhães Bastos, que nasceu em Pernambuco aos 2 de setembro de 1873. Em 1907 foi nomeado membro da comissão de instalação da Vila Militar, tinha como missão a construção de quartéis, residências, da ferrovia e das estações da região.

A foto abaixo é do Tenente Coronel Antônio Leite Magalhães Bastos

1915

A Ocupação

A ocupação inicial do bairro se deu em meados de 1915 como um “loteamento das terras do exército aos operários da vila”. A eles foi cedido terreno para construção de suas casas. A área do morro do Capão, onde se desenvolveu esse primeiro núcleo urbano, é uma área elevada e muito barrenta. Àquela altura era vizinha de áreas de descanso dos cavalos dos militares, os currais que acabou dando origem a uma comunidade local.

1922

A Família Guina

O pioneiro da fundação do bairro foi Manoel Guina, português, mestre de obras, veio de São Paulo atraído pela oportunidade de emprego na capital do Brasil, para trabalhar na construção da Vila-Militar, obra esta ordenada pelo Marechal Hermes.

Foto de Manoel Guina e sua família.

A disposição de fincar raízes naquele espaço urbano da então capital do país, pois nesta época quase não havia, no Rio de Janeiro, mão-de-obra suficientemente qualificada para tal empreendimento, deveu-se ao fato de que construção era necessária, devido ao transporte de equipamentos militares. 

A foto da primeira Capela construída no Morro do Capão

Seu Manoel Guina era muito religioso, a época ele fundou a Conferência São José, depois substituído pelo confrade Sebastião Tumine, sargento do exército. Na época existiam poucos padres em Magalhães Bastos. A responsabilidade de rezar as missas era de Padre Miguel, vigário por muitos anos em Realengo, mas na verdade, quem rezava a maioria das missas eram os padres militares (Capelão).

Várias ruas do bairro foram nomeadas em homenagem a militares. Estrada General Canrobert da Costa: Principal estrada do bairro foi homenageada com o nome de um importante General, Canrobert da Costa, nascido no Rio de Janeiro em 1895 na então Capital Federal, onde foi Ministro da Guerra (interino) no Governo de Getulio Dornelles Vargas, décimo terceiro período de governo republicano que data de 10 de setembro de 1937 a 31 de janeiro de 1946. Canrobert da Costa faleceu em 1955 e foi personagem importante no Exército Brasileiro.

Foto do General Canrobert Pereira da Costa

Como podemos ver a história do bairro tem grande participação e influência militar, pois como já foi dito, vária ruas do bairro foram batizadas com nomes de militares, veja algumas, Rua Coronel Valença, Rua Tenente Coronel Cunha, Rua Capitão Cader Matori, Estrada Marechal Fontenelle e Estrada Marechal Malett.

O Esporte Clube São José, teve origem a partir de um time de futebol criado pelos membros da capela de São José e foi fundado em 1 de janeiro de 1922. O local onde foi construído o clube, foi doado pela família de Seu Manoel Guina. Hoje, os bisnetos de Manoel fazem parte da Presidência e Diretoria do clube. Com 83 anos de existência, o clube luta por melhorias.

Esporte Clube São José a foto da fachada sem data

De “Vila” a localidade foi crescendo a partir dos anos 1930, com a chegada de pequenas fábricas e o aquecimento das atividades militares no contexto de guerra mundial. O trânsito de praças (militares inferiores, que não são oficiais) e sua fixação acontecem em parte no bairro, aumentando o número de casas no sentido do “caminhos dos Barata” (atual General Canrobert da Costa), ou seja, para Realengo.

A primeira escola a ser construída no bairro, foi a Escola Rural (Hoje Escola Municipal Álvaro Alvim). A primeira Fábrica de Magalhães Bastos, mais conhecida como fábrica de louça (hoje Manufatura de Produtos King) foi instalada no bairro em 1943, nesta época sua atividade era fabricação de vidro, velas e cerâmica, tendo como seu fundador o senhor Antonio Pedro Camalhão Rocha.

A Estrada General Canrobert da Costa (Antiga Limites do Barata) ainda não era asfaltada e não possuía meio fio, só em 1951 é que recebeu calçamento de paralelepípedos.

Foto de 1943 | Mostra ao fundo a Fábrica de Louça, hoje Produtos King

A Estação de Magalhães Bastos, é sem duvida o marco da fundação do bairro. A construção deu-se por pedido de Manoel Guina, na época quem usava o trem como transporte saltava atrás do Quartel de Cavalaria, próximo ao campo de Instrução do Gericinó.

A antiga Parada Militar construída em meados de 1914

Esta parada do trem como era chamada na época causava muito transtorno aos moradores, pois tinham que caminhar um bom percurso até chegar ao bairro. A nova Estação do bairro, foi inaugurada em 18 de agosto de 1914. Em 1936, obras de ampliação para melhorar a demanda de militares na região.

Ampliação da estação de Magalhães Bastos em 1936